terça-feira, 27 de abril de 2010

"AO ESTADO A QUE ISTO CHEGOU"

Creio que Cavaco Silva quando decide ler um discurso na Assembleia da República o faz para o Povo pé rapado, que vota mas não domina os meandros da política, da economia, da vigarice nas empresas públicas e outras em que o Estado tem posição.
Eu não acredito que Cavaco Silva não soubesse desde sempre qual a política de remunerações das empresas públicas e das outras em que o Estado tem participação.
Se não soubesse tal representaria uma falha dos serviços de informações da Presidência da República e mostraria um PR "nas nuvens" para usar o título de uma obra de Aristófanes, contra Sócrates.

O que o Presidente da República deveria dizer aos portugueses era isto:
"Portugueses, o PSD, o PS e o CDS têm seguido desde sempre a política de cada um quando está no Governo dar aos membros dos partidos na Oposição lugares de direcção e outros nas empresas públicas, para alimentar o "pessoal político de cada um dos partidos.
Portugueses, o PSD, o PS e o CDS têm alimentado toda a sua clientela, na Oposição ou no Poder, através de cargos em empresas públicas, institutos públicos, empresas em que o Estado tem participação, sempre com a certeza que na Oposição ou no Poder os nossos amigos e confrades têm sempre tacho.
Portugueses, hoje chegou o tempo em que se tem de mudar isto.
E sobretudo tem de se impedir os milhões de euros de prémios, os milhares de euros que cada um dos administradores não executivos - meros tachos! - recebem para irem a cada reunião, e que é mais de 7000 mil euros num dia!

Caros amigos, deixemos-nos de paninhos quentes. Cavaco Silva sabia disto tudo.
Cavaco Silva vem agora na AR insurgir-se contra isto!? Quem o pode levar a sério?
Por onde andou Cavaco Silva?
Que credibilidade pode ter?
Até o Presidente da República Checa o amesquinhou na semana passada, em Praga!
Os portugueses deixem de ser carneiros e façam o que outros Povos fazem: Revoltem-se e acabem com esta mana!

Cavaco Silva é um dos principais culpados do "estado a que isto chegou" ,para parafrasear o Capitão Salgueiro Maia.
Têm-se limitado a deixar Sócrates afundar mais e mais Portugal. Cavaco Silva tem sido o seu principal aliado.
Porque o "estado a que isto chegou" só chegou porque Cavaco Silva não fez com que Sócrates caísse aquando do caso Licenciatura e toda a trapalhada no site do Governo e na AR.
O PS e Sócrates estão sempre seguros com Cavaco Silva.
Com Cavaco Silva os portugueses e Portugal estão a morrer, aos poucos.
Mais até, o PSD está a desenvolver o plano para apresentar uma moção de censura ao Governo e provocar eleições depois das novas eleições presidenciais.
O PS sabe da estratégia e vai reagir, porque Sócrates e o PS têm muito em jogo.
O PSD faz mal.
Faz mal porque a moção de censura era já hoje!
Em Março ou Abril do próximo ano o PS já se reorganizou.
A não ser que Pedro Passos Coelho tenha a lucidez de fazer cair o Governo já e ir a votos, para o Povo escolher.
Já, já, já!

J.M.M.

sábado, 24 de abril de 2010

FOI HÁ 36 ANOS


Foi por uma fresta que a liberdade entrou. Sem pedir licença, o frémito, insurgente, corrompeu a noite da ditadura. As mil e uma noites do regime amadureceram em soberba, mas caíram pela pureza da poesia nas ruas de Lisboa, numa aurora que tardava - que sempre se demorou - mas que se ia adivinhando na alma de alguns. E Portugal dormia. Era tarde. Era noite. Era uma noite como qualquer outra na longa noite da ditadura. Estávamos cansados. Dormíamos.

A palavra escrita, a palavra cantada emergiu do rádio. Músicas e palavras que ficaram no imaginário de todos, mas que poucos escutaram em directo e muitos menos entenderam o real impacto daquelas senhas. A madrugada foi insuflando o caminho para a alvorada, para o despertar, para a aurora de um novo tempo. Mas o país dormia. Cansado, talvez. Uns resignados. Outros sonhavam. Todos repousavam em si, sobre si, sobre este Portugal amordaçado e cansado, sobre perene tristeza e desesperança. Lá fora estava escuro. E estávamos cansados. Esta seria a última noite assumidamente... noite. Um novo Portugal zurzia por entre o postigo que se estava a abrir na derradeira noite da ímpia obscuridade, do torpor que se preparava para se renegar a si próprio e deixar cair a mais longa ditadura europeia do século XX. Os capitães, os soldados, toldados de dúvidas e medos tentariam levar a cabo a tentativa de derrubar o governo de Marcelo Caetano e colocar o ponto final a quase 50 anos de Estado Novo. Sim, esta era a madrugada. Era esta a hora. Era a derradeira noite. Era tempo do medo recolher as garras.

Portugal dormia.

Era tarde.

Estávamos cansados.

Esta é a madrugada que eu esperava

O dia inicial inteiro e limpo

Onde emergimos da noite e do silêncio

E livres habitamos a substância do tempo

(Sophia de Mello Breyner)

24 de Abril de 1974. Às 22.55 é emitida a primeira senha que desencadeará a acção militar que levará ao fim do regime. As palavras soaram na noite pela voz de João Paulo Dinis aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa: “Faltam cinco minutos para as vinte e três horas. Convosco, Paulo de Carvalho com o Eurofestival 74 «E Depois do Adeus».

Era o primeiro sinal para o início das operações militares a desencadear pelo Movimento das Forças Armadas.

Quis saber quem sou

O que faço aqui

Quem me abandonou

De quem me esqueci

Perguntei por mim

Quis saber de nós

Mas o mar

Não me traz

Tua voz...

Em silêncio, amor

Em tristeza e fim

Eu te sinto, em flor

Eu te sofro, em mim

Eu te lembro, assim

Partir é morrer

Como amar

É ganhar

E perder.

[...]

(Paulo de Carvalho)

Ninguém suspeita. Ninguém sabe. Ninguém poderia saber. Portugal dorme. Cansado.

Madrugada de 25 de Abril de 1974. Meia-noite e vinte. Lê mos que nos estúdios da Rádio Renascença, na Rua Capelo, ao Chiado, Paulo Coelho, ignora os compromissos assumidos pelos seus colegas do programa Limite, e lê anúncios publicitários. Apesar dos sinais desesperados de Manuel Tomás, que se encontra na cabina técnica acompanhado de Carlos Albino, para sair do ar, o radialista prossegue paulatinamente a sua tarefa. Após 19 segundos de aguda tensão, Tomás dá uma “sapatada” na mão do técnico José Videira, provocando o arranque da bobine com a gravação que continha a célebre senha: a canção Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso rasga a noite.

Grândola, vila morena

Terra da fraternidade

O povo é quem mais ordena

Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade

O povo é quem mais ordena

Terra da fraternidade

Grândola, vila morena

Em cada esquina, um amigo

Em cada rosto, igualdade

Grândola, vila morena

Terra da fraternidade

Terra da fraternidade

Grândola, vila morena

Em cada rosto, igualdade

O povo é quem mais ordena

[...]

(Zeca Afonso)

Irreversível, agora.

Portugal dormia. Nos quartéis, porém, ele estava acordado.

Expectativa.

Medo.

E a história serpenteava pelas ruas. A noite consumada era feita de poesia. A poética marcha. Lá fora, na rua, o país avançava no rodado dos blindados. Os heróis anónimos começaram a rasgar espaço nos livros de história.

Amanheceu em Portugal. O país acordou. Ninguém cansado.

Havia gente e cravos na rua.

Bom dia, liberdade.

Bom dia, sonho.

Eles não sabem que o sonho

é uma constante da vida

tão concreta e definida

como outra coisa qualquer

como esta pedra cinzenta

em que me sento e descanso

como este ribeiro manso

em serenos sobressaltos

como estes pinheiros altos

que em verde e oiro se agitam

como estas árvores que gritam

em bebedeiras de azul.

[...]

(António Gedeão)

OS VÍCIOS DO SALAZARISMO

Sonegadas as palavras, retraídos os sonhos, freados os ímpetos. Os arquivos remetem-nos para um tempo habitado por estranhos feitos, espúrios métodos, coexistindo nesse hiato de bizarrias várias, o hiato das liberdades. A imprensa teve as rédea demasiado curtas. Jornalistas e directores que ousavam o caminho da afronta depressa eram “referenciados” e pressionados a calarem-se. Nas redacções abundavam as provas cortadas pelos Serviços de Censura, páginas carimbadas a azul e a vermelho. Alguns cortes eram cirúrgicos, amputando nomes proibidos, extirpando factos. Outros carimbos anunciavam o corte integral do texto, profano para o bem de uma nação que se queria mantida na ignorância, como se o dia-a-dia não fosse prova suficiente para quem quisesse ver. Tudo era alvo da atenção dos censores.

Refazer jornais à última hora era uma das ocupações das redacções. Tentar meter notícias sem chamar a atenção da censura era talento que se ia apurando à secretária. Dizer sem o dizer. Saber ler nas entrelinhas foi um exercício que os leitores foram aprumando em ditadura. Era nessas entrelinhas, naquela vírgula, naquele sinónimo e, sobretudo, no que não era escrito, que as notícias se escreviam.

Eram dias de faz-de-conta. Na política, as eleições eram um artifício. Não eram livres. Todos o sabiam. Mas faziam-se e cumpriam-se no faz-de-conta. Ai de alguém que exprimisse o contrário. Basta olhar para um recenseamento eleitoral de 1966 e ver quem eram os eleitos para votar. Mas a prova já tinha sido feita bem antes, quando o general Humberto Delgado afrontou o Salazar, candidatando-se à Presidência da República, contra o candidato do regime, Américo Tomás. As eleições de 1958, sob forte suspeita de fraude, ditaram-lhe a derrota. Seria de esperar algo de distinto? Mas a afronta não foi esquecida. O general foi assassinado por agentes da PIDE em Villanueva del Fresno, Espanha, em 1965.

O país dos brandos costumes e das virtudes propagadas aos ventos tinha terríveis vícios privados na cúpula do regime. 

N.F.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

ABRIL...

E já passaram 36 anos sobre aquele momento libertador que muitos acreditaram ser o passo para uma outra sociedade.

A distância da data histórica permite que quase todos comemorem, comemorando coisas diferentes. Há quem comemore a liberdade, há quem comemore o sonho que parecia possível, até há quem comemore o contrário dos ideais de Abril.

Também há os que aproveitem a data para aprofundar o processo de revisionismo histórico, para plantarem "heróis" convenientes em cenários onde nunca estiveram.

Muitos de nós caímos na tentação de ficar presos na lembrança de momentos de entusiasmo irrepetível, de solidariedades que pareciam não ter fim, de transformações políticas que pareciam acontecer por milagre.

Recordamos cantores e canções, alguns deles desafinam hoje o que afinavam naquela época e falam desse tempo como quem fala de um momento de passageira loucura.

Também recordamos, algumas vezes com uma frase que envolve referência às progenitoras, aqueles camaradas que pareciam ter a revolução a correr-lhes nas veias, que eram mais revolucionários que a própria ideia de revolução e que afinal, quando os ventos mudaram, eles mudaram ainda mais depressa que o vento.

Nas escolas a maioria dos professores transmitirá aos alunos o que é consensual na comemoração e ocultará o que de mais exaltante aconteceu, porque falar em reforma agrária, nacionalizações, controlo operário, não é politicamente correcto.

Não fujo a nenhuma destas vertentes da comemoração. Também regresso à adolescência, também povoo a memória de canções, de episódios, de frases escritas numa parede.

Apesar dessa incontornável nostalgia, prefiro festejar o Abril que falta cumprir. Prefiro festejar a disponibilidade de continuar a acreditar num futuro onde a liberdade e a igualdade se encontrem, onde a democracia não se esgota em actos eleitorais e se cumpre na vertente política, cultural e económica.

Contrariamente ao que nos pretendem fazer crer, os tempos que vivemos hoje não são consequência da revolução de Abril. São uma consequência do que ficou por cumprir de Abril.

A melhor forma de festejarmos o 25 de Abril, não é a olhar para trás. É com os olhos postos no futuro, empenhados na sua construção, lutando para que se cumpram os seus ideais.

Cantemos a Grândola, não como um hino do passado, mas como um projecto cantado de uma sociedade que ainda não alcançámos.

A azinheira que já não sabia a idade e que nos fazia reféns da sua sombra, aligeirou-se, mudou de aspecto, modernizou-se e está mais liberal, mas continua a cumprir o seu papel.

Embora pareça, ainda não é o povo quem mais ordena, porque como dizia a canção do Sérgio, só há liberdade a sério quando houver /liberdade de mudar e decidir/ quando pertencer ao povo o que o povo produzir.




Abril não é passado. É o futuro de que não nos podemos permitir desistir.

E.L.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

CANTATA DA PAZ

Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar

Vemos, ouvimos e lemos
Relatórios da fome
O caminho da injustiça
A linguagem do terror

A bomba de Hiroshima
Vergonha de nós todos
Reduziu a cinzas
A carne das crianças

D'África e Vietname
Sobe a lamentação
Dos povos destruídos
Dos povos destroçados

Nada pode apagar
O concerto dos gritos
O nosso tempo é
Pecado organizado.



Poema: Sophia de Mello Breyner e Andresen
Música: Rui Paz
Intérprete:Padre Francisco Fanhais


Em 1970, o padre Fanhais, grava e edita o seu disco Canções da Cidade Nova, com arranjos de Thilo Krassman. Algumas das músicas deste disco são de sua autoria e as letras de consagrados poetas, como Sophia de Mello Breyner, Manuel Alegre e António Aleixo.
Cantata de Paz, com letra de Sophia e o famoso refrão Vemos, Ouvimos e Lemos, Não Podemos Ignorar, torna-se um dos hinos de resistência ao regime derrubado em Abril de 74.

M.

VAMOS PARTICIPAR NAS COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL


Um grupo de cidadãos de Castelo de Vide convida a população a participar nas comemorações do 25 de Abril.
Venha festejar connosco o Dia da Revolução da Liberdade, da Esperança e da Alegria!

- Concentração junto ao busto de Salgueiro Maia, pelas 13 horas.
- Breves intervenções de convidados dos PALOP's e da Associação 25 de Abril.
- Piquenique, no Parque 25 de Abril.
- Animação, com música, jogos, pintura mural, etc.
- Romagem à campa de Salgueiro Maia, pelas 16 horas.

Traga a merenda, a família e participe connosco!
Venha celebrar de forma digna e festiva o 25 de Abril!

25 de Abril de 2010

Se estiver mau tempo vamos para o salão da Casa do Povo



quarta-feira, 21 de abril de 2010

TRETAS E MAIS TRETAS DO "REIZINHO DAS TRETAS"

25 de Abril


Salgueiro Maia deverá ter museu junto à casa onde nasceu

O município de Castelo de Vide (Portalegre) vai construir um museu dedicado ao capitão Salgueiro Maia, num espaço situado a poucos metros da casa onde nasceu o militar em 1944, que está à venda há cerca de dois anos

«Salgueiro Maia pouco antes de falecer (1992) deixou o seu espólio militar ao município. Nós já temos uma casa e um ante-projecto para vir a construir um museu», revelou o vice-presidente do município local, António Pita, em declarações à agência Lusa.



Enquanto a autarquia reúne esforços para expor o espólio de Salgueiro Maia, líder da revolução no dia 25 de Abril de 1974, num solar setecentista, adquirido em 1997 por 28 mil contos (140 mil euros), a casa onde nasceu o capitão de Abril, situada na Rua de Santo Amaro, em pleno centro histórico daquela vila alentejana, está à venda há cerca de dois anos por 50 mil euros.

Em declarações à Agência Lusa, Cláudia Salgueiro Dias, prima do capitão de Abril e proprietária do imóvel, disse que gostaria de ver aquele espaço aproveitado para algo que relembrasse a memória do seu familiar.

«Nós gostaríamos que a casa não fosse adquirida por um particular porque ficaria perdida...sentimos que esta casa é de todos nós [comunidade] e gostaríamos de ver este imóvel aproveitado para algo que falasse sobre o Fernando Salgueiro Maia», disse.



Na opinião de Cláudia Salgueiro Dias, a casa poderia ser utilizada para um «museu» ou para um espaço para «fotografias».

A moradia, que se encontra à venda num portal de uma imobiliária, é constituída por um rés-do-chão, primeiro e segundo andares, com três entradas independentes.

Embora necessite de obras de recuperação, Cláudia Salgueiro Dias mostrou-se ainda disponível para «ceder o espaço», através de um «contrato que servisse para projectar a figura de Salgueiro Maia».



Por sua vez, o vice-presidente do município assegurou que a autarquia não coloca de parte a possibilidade de adquirir o imóvel, mas sublinha que o Ministério da Cultura deverá também ser ouvido sobre esta matéria, uma vez que o capitão de Abril «é um filho ilustre de todo país e com expressão nacional».



Com o espólio de Salgueiro Maia totalmente catalogado, inventariado e legalizado, o município tem desenvolvido vários «esforços» para erguer o museu, mas a falta de verbas tem condicionado a realização do projecto.

O autarca explicou que o município já investiu «bastante dinheiro» em estudos para a construção do museu no solar setecentista e sublinhou ainda que a transferência do museu para a casa onde nasceu Salgueiro Maia está, à partida, fora de questão.



«A casa onde nasceu Salgueiro Maia não tem a dignidade, nem espaço suficiente para albergar o seu acervo. Mais do que um museu dedicado a Salgueiro Maia e ao 25 de Abril, o museu que temos em mente é um museu da cidadania e isso implica um conjunto de espaços com actividades lúdicas», explicou.

 

«A casa onde nasceu Salgueiro Maia não comportaria todas essas valência», concluiu.





Lusa / SOL

terça-feira, 20 de abril de 2010

O PODER (LOCAL) DA CORRUPÇÃO



Quase 69% dos processos de corrupção instaurados por crimes cometidos no sector público envolvem as câmaras municipais. Ainda assim, e de acordo com um estudo hoje divulgado, a maioria destes processos continua ainda a envolver o sector privado.

De acordo com o estudo hoje divulgado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e o ISCTE apresentado esta manhã, em Lisboa, é na administração local que está localizado o maior número de casos de corrupção: cerca de 58,9% dos casos analisados (42,1% junto de câmaras municipais e juntas de freguesia) entre os anos de 2004 e 2008.

Por sua vez, dentro da Administração Central, é no quadro do Ministério da Administração Interna – que tem a seu cargo as forças de segurança, por exemplo – que se verifica o maior número de processos de corrupção.

Ainda segundo o estudo, o sector privado continua a ser o mais envolvido em processos de corrupção - 72,7% dos processos analisados, contra 22,7% dos processos instaurados contra entidades do sector público.

Entre os 838 processos analisados entre 2004 e 2008, o DCIAP e o ISCTE verificou também que os actos de corrupção, em Portugal, resultam sobretudo de uma iniciativa de um corruptor activo para um passivo – ou seja, de um sujeito que corromper outro.

Aos olhos do investigador Luís de Sousa, um dos responsáveis pelo estudo, o combate contra a corrupção no meio autárquico pode logo partir dos cidadãos, tomando «uma atitude mais consciente, não votando em candidatos envolvidos em processos de corrupção».

Paralelamente, o investigador considera também urgente, uma reforma global do poder local, que permita à oposição dos Executivos camarários reforçar o seu papel de fiscalização e de contra-poder.

S.M.L.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

OS AUTARCAS FAZEM FESTAS E FESTAROLAS ...

Os custos da interioridade em Portugal são muitos.E cada vez mais caros.Hoje e no futuro (prevemos).

Porque as Populações estão a envelhecer e os novos que resistem penduram-se em empregos nas “autarquias” e nas empresas municipais “à espreita de um lugar no Quadro”. Custam caro aos pais e à Sociedade. Porque pouco produzem.E ás vezes muito consomem numa atitude “novoriquista e de imitação citadina”

Alguns ainda não perceberam que “os quadros” agora já não podem ter molduras. E que as cunhas vão voltar a ter de servir para ajudar a partir lenha. Em lenha que poucos já cortam.

Nasci no interior do País numa das zonas mais bonitas do Alto Alentejo.O distrito de Portalegre

Ali tenho acompanhado gerações de familiares de amigos a quem procuro manter vivo o ânimo para o futuro.

De alguns (poucos) que, pela sua seriedade e rigor ainda continuam a trabalhar nas suas empresas e a acreditar que é possível ter Esperança , há sempre um queixume final : “ninguém quer fazer nada”.

Olhando as estatísticas disponíveis e mais actuais, o distrito de Portalegre é uma verdadeira “antevisão amargurada” do Interior do futuro: verde na Primavera, cinzento no Inverno. Bonito para passear. Mas feio para viver e crescer. Sem Esperança. Só com sobrevivência no horizonte.

A formação profissional é um mito.Novas oportunidades não dão oportunidades por que não as há por lá.

Porque a formação profissional não orientada para mudança de atitudes e novas competências do “Saber fazer”. Mais do mesmo, em resumo.

Como é então possível antever e fazer mudar alguma coisa neste estado de coisas?

Lá aparece a Regionalização de tempos a tempos na Agenda Política.Com o contexto PEC sobre os ombros, os ânimos parecem ter esfriado.Mas o que me preocupa é ver esfriar a vontade de mudar o futuro.Não o de fazer a Regionalização.

Se fizermos a viagem de Vila Real a Bragança pela via mais interior (IP2 aos bocadinhos) o cansaço final será naturalmente grande.

Mas a tristeza de ver como é que um belo Interior pode morrer lentamente por culpa dos Homens, será muito maior.

As cidades e vilas estão normalmente mais cuidadas. As estradas mais bem asfaltadas e sinalizadas. Os restaurantes e “tascas” cada vez mais cheias (aos fins de semana) de citadinos do litoral.

Os autarcas fazem festas e festarolas e os governadores civis governam o horizonte quase sem paisagem humana.

Beja, Évora e Portalegre seguem rumos cada vez mais a olhar para Espanha à espera de bom vento ou bom investimento. O Alqueva, cheio este ano, cria a ilusão que “agora é que é”, à volta da linha de regolfo.

Mas nem Beja levanta voo, nem Évora sabe nadar.E Portalegre só já limpa os tapetes de outro tempo e arruma a cortiça que sobra.

Mas o comércio modernizou-se por lá: todas estas cidades têm boas zonas comerciais.Enquanto o comércio de rua e as feiras morrem.

Os investimentos nestes três distritos foram muitos: que resultou deles para além de sites e das novas estradas, piscinas, pavilhões gimnodesportivos, campos de futebol bem atapetados, rotundas grotescamente decoradas e zonas industriais sem ocupação que se veja?

Salva-se o fluviário em Mora.E alguns museus por todos os lados como o de Elvas. E a Rede de Cuidados Integrados nas Misericórdias. Entre vários outros símbolos de passagens dos líderes dos governos, ministros ou secretários de estado,normalmente sob a forma de “placas comemorativas”.

Em resumo, o “barco está bem pintado, mas não navega”.E as novas gerações não vêm a hora de vir para a “grande cidade”. Como eu vim para estudar e onde voltei sempre inclusive como empresário nos anos 80.

Castelo Branco, Guarda e Bragança pouco diferentes são do que se passa nos três “colegas distritais” do Sul. Marcados por uma maior capacidade de resistência ao frio, com mais pequenos “pedaços de terra” para resistir aos apelos dos bancos de jardim, os Beirões do Interior e os Transmontanos são mais duros mas, só as comunidades de imigrantes regressados permitiu algum alento renovador da vida social e económica.Também olham para Espanha mas com menos esperanças porque não têm o Alqueva.

E a Cova da Beira e a Serra da Estrela têm algum encanto social e económico.O Douro algum deleite no olhar.

A série de programas de António Barreto e Joana Pontes “Portugal um Retrato Social” , foi esclarecedora pela imagem” do que se passa no Interior do País.

No 3º programa dessa série “Mudar de vida: O fim da sociedade rural”, disse: “A sociedade contemporânea, urbana, era ainda há pouco tempo rural. Mudou muito depressa. Muitos portugueses emigraram, a maior parte saiu das aldeias e foi viver para as cidades e para o litoral. O campo está despovoado. As cidades cresceram. As estradas aproximaram as regiões. Nas áreas metropolitanas, organizou-se uma nova vida quotidiana. Há mais conforto dentro das casas, mas as condições de vida nas cidades são difíceis”.

Pergunto: e no futuro do Interior “António” será que haverá alguma diferença nas condições de vida face às condições de vida difíceis das cidades, no fim do que se está a e vai passar nos próximos anos? Gostaria de acreditar que sim.Ainda acredito que sim.

Mas não vejo muito sacrifício solidário para além da conversa.E isso é que me leva a perguntar : haverá futuro para o Interior do futuro?

Francisco V. R.

COMO SE FAZ UM AUTARCA

-  1 dose de falta de carácter
-  1 dose de ganância
-  1 dose de mentira
-  Euros muitos
-  1 pitada de m.....

Obs.:  Não exagerar na m...., senão sai um ministro!

ESPLENDOR DEPORTUGAL GOVERNADO PELOS SOCIALISTAS

ELES ANDAM POR AÍ...

domingo, 18 de abril de 2010

EM 25 DE ABRIL

Brindemos ao 25 de Abril e à liberdade.
Não importa donde vimos mas sim aquilo que juntos podemos   animar e construir, com a alegria que temos e a força considerável que somos.
Entre o abraço fraterno e a palavra, entre um copo e uma canção, este é um espaço de todos os que pensam  e sentem à esquerda e questionam as evidências, que não se confrontam com o desemprego galopante e as desigualdades que ofendem Abril e o seu legado.
Entre um cravo e um café, um tempo de reflexão sobre o caminho  que percorremos e essa  luta perpétua que nos move pela dignidade humana acima de qualquer valor.
E, no final, é um até já e um até sempre que nos animam porque sabemos, mesmo não caminhando na mesma rua, é na mesma praça que nos vamos encontrar.

A. Pena

É ASSIM..

LIXADOS ESTÃO OS MANETAS...


O que me espanta, é que o país não tenha ainda, declarado falência. 

Não há dia em que se não saiba de mais alguns cidadãos empreendedores e criativos que genialmente aconchegaram no seu PPR mais uns valentes milhões, sacados ao erário público através de um esquema qualquer, revestido de toda a legalidade e ética republicana em vigor.

Não é pois de admirar que estas personalidades venham frequentemente a público advogar o fim das pensões de reforma dos gajos que andaram 40 anos a descontar para o efeito, uma série de otários sem rasgo para identificar as oportunidades de fazer fortuna que se encontram a cada esquina e, por isso mesmo, devem acabar os seus dias na mais perfeita miséria.

Notícias da Aldeia

ELES... QUERIAM!



Não há machado que corte
a raíz ao pensamento
não há morte para o vento
não há morte
Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida
sem razão seria a vida
sem razão

Nada apaga a luz que vive
num amor num pensamento
porque é livre como o vento
porque é livre